quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quem disse que tempo é dinheiro?




Nascemos multimilionários, detentores de riquezas incalculáveis. Possuidores de um mundo, com inúmeras possibilidades, em nossas mãos. A vida, com sua inocência é como uma mata virgem a ser desbravada, que está apenas nos esperando.

Empobrecemos com o passar dos dias. Trocamos nossos bens mais preciosos do viver por correntes invisíveis, que nos asfixiam gradativamente. Cultivamos essas amarras que nos aprisionam mais e mais, dia após dia, a cada nova compra que efetuamos. Cada nova aquisição, sendo está de um bem material ou de serviço, adiciona uma nova vertente a este nosso leque tão “adorado”, de correntes multifacetadas, que nos “agregam” status e nos “auxiliam” a desenvolver e “explanar” nossa própria identidade.

O fato mais engraçado é que acreditamos desejar essas pequenas prisões e que as adquirimos por vontade própria. O tudo ter, ganhou um novo significado: “liberdade”. O que não se percebe é que este ato, se vira contra nós, em forma de contas à serem pagas no final do mês. Compramos para alimentar este mercado no qual estamos inseridos. Trabalhamos, não para o desenvolvimento pessoal ou por prazer, muitas vezes desenvolvemos nossas atividades, mesmo insatisfeitos com o emprego, para que no final do mês tenhamos dinheiro para mantermos os bens de consumo que nos trazem “felicidade”, suprindo assim, a sensação de estarmos sempre a frente do outro, apresentar nosso status social e sermos aceitos por nossos semelhantes. Vivendo um ciclo continuo de sempre desejar mais e conquistarmos aquilo que ainda não temos.

Vivemos aprisionados pela modernidade, desde a maternidade até a morte. Estudo, trabalho, consumo; estudo, trabalho, consumo; sendo este, um ciclo contínuo até o fim da vida. Esse ciclo, que nos consome é chamado pelo mercado como “liberdade”, liberdade de escolha e liberdade de consumo. A cada dia mais, me pergunto: que liberdade é está que foi desenvolvida em detrimento da nossa destruição?



É de conhecimento público, a grande leva de novas doenças humanas, físicas e psíquicas que assolam o mundo contemporâneo, entre eles podemos citar, o cancêr, a obesidade, a depressão, a ansiedade, o estress, etc. Além disso, ainda podemos citar a doença do planeta, que se desintegra mais e mais, dia após dia, ao consumirmos todos os seus recursos para a continuação da vida. Essas e outras inúmeras doenças são causadas pelo “desenvolvimento”, que nos insere esse tipo de comportamento. Quanto mais doentes, o planeta e as pessoas são, mais consumirão.

Façamos um exercício simples. Pergunte-se o que é realmente fundamental para a continuação da vida? Ar, água, comida, abrigo e relacionamentos. São esses os 5 itens que me parecem ser primordiais para a sobrevivência. Imagina agora o que seria da sua vida se não existisse o combustível e a eletricidade? Pior ainda, imagina o que seria da sua vida se acabasse o combustível e a eletricidade? Fatalmente toda essa tecnologia e nossos bens materiais não seriam assim tão “valiosos” e precisaríamos nos adaptar a essa "medonha" realidade.

Eu gostaria de não ter nenhuma corrente à me aprisionar, porém, tenho muitas. Assim como você também deve ter as suas. Mas, acredito que a liberdade, a leveza e a beleza da vida são nossas maiores riquezas. E, os nossos bens mais valiosos só podem ser guardados em nossos cofres da memória. Onde, a nossa verdadeira riqueza é intangível.

2 comentários:

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    1. Interessante pensar no começo da vida partindo do pressuposto que temos tudo, pois tudo podemos buscar. Da mesma forma, através da busca sem freios pelo consumo seja do que for, o acúmulo como uma perda constante, ou seja, na medida que juntamos, perdemos.

      Liberdade é sim fundamental. Liberdade é arroz com feijão e identidade de quem pretende um dia ser humano e feliz.

      Beijo.

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