segunda-feira, 3 de junho de 2013

A necessidade e o prazer de estar só


Conheço pessoas que vivem chorando aos cantos por causa de suas inúmeras relações amorosas que sempre acabam em desilusão. Tentam sempre engatar um relacionamento no outro e vivem reclamando quando se encontram solteiros/as. Para alguns amigos eu questiono “Porquê você não fica um tempo sozinho/a? Vai te fazer bem”, em alguns casos, recebo uma resposta comum e taxativa: “Não gosto de ficar sozinho/a”.


Não estou aqui para questionar as escolhas de ninguém e sim para falar o quão bem me faz estar só. Fazia muito tempo que eu não conseguia viajar sozinha e isso é algo que realmente me serve como “terapia”. A primeira vez que viajei sozinha faz mais de 3 anos. Em 2009, nas minhas férias do trabalho, peguei meu carro e sai dirigindo sentido Florianópolis. Dirigi por mais de 2.000km, parando quando meu desejo mandava. Passei 20 dias viajando dessa forma, sozinha, sem ter reservado estadia em nenhum local e sem saber se encontraria  abrigo nos pontos que eu escolhesse parar. – Em ultimo caso, eu tinha meu carro como abrigo –.



Passei alguns perrengues é claro, mas nenhum que me desanimasse. Conheci pessoas novas, jantei e almocei na casa de outras tantas. Posso dizer, com toda certeza, que até hoje essa foi a melhor experiência da minha vida e em nenhum momento me senti triste, sozinha ou perdida no mundo. Muito pelo contrário, era como se o mundo se abrisse pra mim, e eu retribuía igualmente ao me permitir conhecer e sentir novas sensações.



 Estou dizendo tudo isso, pois quero contar a sensação que tive novamente esse feriado. Dessa vez eu viajei com a família para praia, local onde sempre vamos. O destino: “Ubachuva”. Qual foi a minha surpresa, contrariando todas as estatísticas, quando sábado abriu aquele sol? Não tive dúvidas, peguei o carro, minha máquina fotográfica e sai em direção ao meu local preferido da cidade, a Cachoeira de Promirim. Fiquei lá a manhã inteira, tirando fotos e sendo comida pelos borrachudos, ganhei 30 mordidas.



As 30 mordidas que ganhei como brinde em nada se comparam ao bem estar que senti ao me sentar na pedra e ficar ouvindo o barulho da água batendo nas pedras. Eu poderia estar sozinha ali, naquela cachoeira, mas, com toda certeza eu não estava só, estava em solitude com meus sentimentos, entrando em sintonia com meus pensamentos A troca estava existindo e era constante, permiti me esvaziar da voz e do olhar dos outros para assim, dar lugar a minha própria voz, me observar de longe, com um olhar mais analítico. Ali, naquela cachoeira deixei um pouco de mim e trouxe um pouco da força da vida comigo.  

Ps: Em breve postarei mais fotos que tirei da cidade.