sexta-feira, 24 de maio de 2013

"A aceitação generalizada de uma idéia
não é prova de sua validade."

O símbolo perdido - Dan Brown

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não querer é poder


“E o homem criou deus. Não acredito em deus. O homem inventou deus para que este o criasse, já que o mundo é incompreensível. Não é a toa que depois de séculos de materialismo e ciência, bilhões de pessoas continuam acreditando em deus. Elas necessitam disso, pois a vida é inventada. É como o poema, que nasce do acaso e da necessidade. Eu invento aquilo que está em mim potencialmente. Não vou virar Pelé se não tiver talento para isso. Vivemos em um mundo de valores estéticos, éticos, morais criados por nós.
  
Li esta opinião ontem, enquanto aguardava ser atendida no consultório de fisioterapia. Ela pertence a Ferreira Gullar, um poeta brasileiro de 82 anos. Durante a leitura, muitos trechos me chamaram a atenção, porém, este foi o que resolvi compartilhar com vocês. Em apenas 8 linhas ele chama a atenção para diversos aspectos.




O que me atrai em especial é a parte que ele fala sobre os valores que criamos para nós e sobre nós mesmos. Valores estes que, a partir do momento que expomos, sentimos a necessidade de reconhecimento, para que assim, sejamos condecorados e valorizados perante nossa sociedade. Nos auto inventamos para nos tornarmos seres “existentes”.


Tudo o que temos, tudo o que vivemos e todos os nossos valores foram inventados. Culturas que foram sendo desenvolvidas com o passar do tempo. Viver nesse mundo, de conceitos e valores pré estabelecidos muitas vezes é difícil. Mas, pense um pouco, algumas vezes é difícil porque queremos que assim o seja.



Temos o poder de aprender, nos auto conhecer e com isso, desenvolver nossos próprios valores, criar novos e modificar outros tantos que não se encaixam em nossas vidas. O desapego é essencial para nossa evolução, aceitar e pegar para si o que é válido e, deixar ir, o que não faz bem. Como Fernando Pessoa diz: “a renúncia é a libertação. Não querer é poder.”

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Qualquer tempo é bom, para se estar
ao lado de quem se gosta.
Menos virtualidade e mais pele.

Juliana Nobre

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O que você tem é vontade de comer



Sempre achei agradável o costume que a vida tem de traçar caminhos que se convergem. Ontem, aproximadamente as 19h, fiz uma postagem em uma página do Facebook - Problemas do Mundo Real. O post apresentava a história de um grupo de 4 amigos americanos que, se juntaram para sentir na pele como seria viver com apenas R$ 2,00 por dia. Eles passaram 56 dias na Guatemala, cada um com R$ 112 cada. Dinheiro este que foi utilizado para a compra de “mercadorias” essenciais  para a sobrevivência. – Para você que não viu a postagem, recomendo a leitura/assisti-la para entender melhor o que quero dizer. Com toda certeza vale o play e a reflexão. –


Após ser impactada pela mensagem, fiz o post na rede social e sai do trabalho à caminho da minha aula de tecido circense. Percebi que estava com muita fome e me sentindo fraca, era necessário comer algo antes de me exercitar. Foi neste momento que os meus “problemas” começaram. Recentemente perdi meu cartão e meu ticket, desta forma, saio de casa todos os dias, com o dinheiro contado. Carrego comigo apenas o valor que contabilizo gastar com o almoço e nada mais. Pois bem, revirando minha bolsa e coletando todas as moedas perdidas, – como coisa do destino, – encontrei exatamente DOIS REAIS. Os mesmos dois reais que bilhão de pessoas dispõem diariamente para sobreviver. 


 Estava lançado o meu desafio da noite: encontrar alguma coisa pra comer, com apenas R$ 2,00. Olhar ao redor foi inútil, logo percebi que nenhum local teria algo à esse valor. No caminho encontrei uma barraca de milho e toda confiante perguntei o valor da espiga. Sem sucesso, custava R$ 3,00. Lembrei então de uma padaria próxima. A decepção foi logo na entrada, vi alguns salgados que me deram água na boca, porém, todos a partir de R$ 6,50. O Pão de Queijo logo veio a minha mente, mas, impossível também, R$ 4,40 a unidade. 


 Parti então para o Pão Frances. Consegui comprar 3 por R$ 1,85 e ainda fiquei com R$ 0,25 centavos de troco. – sucesso – Comi dois. Estava com fome. Fome não, como minha avó sempre me diz: Juliana, você não tem fome. Aprende isso, você nunca teve fome. O que você sente é vontade de comer, pois fome, só sente, quem passa por isso. 


A minha irrisória dificuldade em conseguir encontrar alguma coisa para comer, com apenas dois reais, não chega nem perto da triste realidade de mais de 1,1 bilhão de pessoas, que, necessitam sobreviver com esse valor a cada novo raiar do sol. Longe de mim diminuir os problemas pessoais de cada um, mas acredito que: só pelo fato de estarmos navegando na internet e você estar lendo este texto, já somos pessoas abençoadas, pois, com toda certeza, possuímos mais do que apenas R$ 2,00 por dia para sub-existir


Um questionamento que sempre me faço, questionamento este que não tenho a resposta e, talvez nunca venha a ter é: porque vim a este mundo? Eu não sei, mas, possuo algumas afirmações: Eu não vim apenas para trabalhar e comprar. Eu vim para viver, aprender, experimentar, me relacionar e evoluir. O meu raciocínio é simples: o ciclo trabalho/compra é um conceito inventando por nós e não algo natural de nossa existência. Natural de nós, seres humanos, é o viver e a constante evolução. E isso, não pode nem nunca poderá ser comprado. 


Deixe de lado, por alguns instantes seus bens de consumo e pense: o que é realmente importante para você, o que te faz feliz? A resposta, com toda certeza, não está em um novo iPhone. 

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