quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não querer é poder


“E o homem criou deus. Não acredito em deus. O homem inventou deus para que este o criasse, já que o mundo é incompreensível. Não é a toa que depois de séculos de materialismo e ciência, bilhões de pessoas continuam acreditando em deus. Elas necessitam disso, pois a vida é inventada. É como o poema, que nasce do acaso e da necessidade. Eu invento aquilo que está em mim potencialmente. Não vou virar Pelé se não tiver talento para isso. Vivemos em um mundo de valores estéticos, éticos, morais criados por nós.
  
Li esta opinião ontem, enquanto aguardava ser atendida no consultório de fisioterapia. Ela pertence a Ferreira Gullar, um poeta brasileiro de 82 anos. Durante a leitura, muitos trechos me chamaram a atenção, porém, este foi o que resolvi compartilhar com vocês. Em apenas 8 linhas ele chama a atenção para diversos aspectos.




O que me atrai em especial é a parte que ele fala sobre os valores que criamos para nós e sobre nós mesmos. Valores estes que, a partir do momento que expomos, sentimos a necessidade de reconhecimento, para que assim, sejamos condecorados e valorizados perante nossa sociedade. Nos auto inventamos para nos tornarmos seres “existentes”.


Tudo o que temos, tudo o que vivemos e todos os nossos valores foram inventados. Culturas que foram sendo desenvolvidas com o passar do tempo. Viver nesse mundo, de conceitos e valores pré estabelecidos muitas vezes é difícil. Mas, pense um pouco, algumas vezes é difícil porque queremos que assim o seja.



Temos o poder de aprender, nos auto conhecer e com isso, desenvolver nossos próprios valores, criar novos e modificar outros tantos que não se encaixam em nossas vidas. O desapego é essencial para nossa evolução, aceitar e pegar para si o que é válido e, deixar ir, o que não faz bem. Como Fernando Pessoa diz: “a renúncia é a libertação. Não querer é poder.”

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