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e confesso que sou fácil também. Sinto que, muitas vezes “complicamos” nossas
vidas em momentos desnecessários, ao pensarmos de mais e ao não sermos claros em
nossos desejos, expectativas e vontades.
Ano
passado, um casal de franceses veio estagiar na agência e conhecer um pouco
nossa cultura e país. Não demorou muito para que logo estivessem
entrosados com todos. Eram pessoas fantásticas e nos faziam rir muito. Uma
atitude deles sempre me chamava atenção e surpreendia pela simplicidade: o
casal tinha como hábito almoçarem juntos, todos os dias, apenas os dois. Todas
as vezes que os chamávamos para almoçar nos respondiam com um simples “não,
obrigado” e assim sucessivamente, dia após dia. As vezes nós insistíamos, e
eles continuavam efusivos ao “não, muito obrigado”, simples assim, sem aquela
coisa piegas de ficar dando milhares de desculpas, ou inventando um “talvez”
para que no momento crucial, o “não” fosse dito.
A
dificuldade do “não” é algo que atormenta muitas pessoas, transformamos uma
simples resposta, entre aceitar ou recusar um determinado pedido ou convite em
um problema. Acredito que tudo seria mais fácil se respeitássemos nossas vontades. Queremos encontrar aquela pessoa que faz o convite, naquele
momento, seja ele um amigo, família ou namorado? Temos vontade? Sim ou Não? O
“talvez/não sei” nesse caso não existe, porque estamos nos perguntando
primeiramente se existe a vontade. Se existir a vontade, a resposta já está
dada, bastando apenas combinar o dia e o horário. Quanto ao local ou o que será
feito, fica no campo dos supérfluos, pois o mais importante, que é o desejo do
encontro, já foi identificado.
–
Vamos fazer alguma coisa amanhã?
–
Vamos.
–
Quer jantar quarta-feira?
–
Sim.
–
Vamos na festa XYZ? Vai “bombar”.
–
Não, não to afim.
Muitas
vezes, tememos não especificamente o “não” propriamente dito, e sim a reação da
pessoa que está do outro lado, aquele que fez o convite, pois não desejamos
magoar ou enfurecer ninguém. Muitas vezes, não percebemos que o “talvez”
acoplado a alguma desculpa, complica mais ainda o que deveria ser
simples.
Eu
particularmente prefiro ouvir um “não” sincero, o “não” da independência, a um
“sim” da covardia ou o “talvez” da enrolação. E você, prefere se enganar ao
invés de dizer o que realmente têm vontade?
"Tente ser feliz ao invés de tentar ser perfeito."
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